Assassinar-me-ei nos próximos versos
cravando uma mesóclise em meu peito
Ao olharem meu corpo
dirão:
foi suícido.
Perfuração verbal por um pronome oblíquo.
Porém, nunca saberão
que o pronome era outro.
O verbo é o mesmo,
quem mudava era o morto.
Uma curta escapulida
tornou meu ato reflexivo.
E se já está no papel,
também já está dito.
Em nada me custa morrer
Mas se o futuro pudesse prever...
O que já se escreveu,
assim teria escrito:
Assassinar-me-eu.
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