Tudo quieto
e seco:
não chove
em meu coração.
Parece pacífico
porque não há sangue
mas não sangra porque
nada escorre:
em peito agreste,
lágrima não pinga -
vira poeira.
Coração caatinga
castigado
tem sede.
Boca quer gritar
pedir ajuda
mas saliva sem água
é cimento
que a mantém
cerrada.
Coração em crosta
de açude enrugado
espera vazio
cair a seiva em suas
veias abertas,
mas céu nada oferece
senão fogo
dissipado no ar.
Coração febril
lateja
sob o sol em brasa
de sua terra despovoada.
Sozinho,
aprende que viver é
resistir.
E morto, mudo, magro
sobrevive.
Coração deserto
é flor sem viço de um jardim
de ossos.
A única fonte que o umedece
é a fé nos versos
do profeta:
O ser tão vai vir amar
e seco:
não chove
em meu coração.
Parece pacífico
porque não há sangue
mas não sangra porque
nada escorre:
em peito agreste,
lágrima não pinga -
vira poeira.
Coração caatinga
castigado
tem sede.
Boca quer gritar
pedir ajuda
mas saliva sem água
é cimento
que a mantém
cerrada.
Coração em crosta
de açude enrugado
espera vazio
cair a seiva em suas
veias abertas,
mas céu nada oferece
senão fogo
dissipado no ar.
Coração febril
lateja
sob o sol em brasa
de sua terra despovoada.
Sozinho,
aprende que viver é
resistir.
E morto, mudo, magro
sobrevive.
Coração deserto
é flor sem viço de um jardim
de ossos.
A única fonte que o umedece
é a fé nos versos
do profeta:
O ser tão vai vir amar
e amar
virá a ser tão.
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