corpo
pela casa
pela estrada.
Numa espécie de João e Maria,
abandonei versos
pelo caminho
para não me perder.
Deixei por aí
pedaços de poesia
para não me esquecer
de quem eu sou,
para me lembrar
pra onde eu vou
para saber por onde voltar.
Deixei rimas como pistas
tatuadas nas paredes,
porque caso eu enlouqueça
algo precisa me salvar de
estar à deriva
em meu próprio labirinto.
tatuadas nas paredes,
porque caso eu enlouqueça
algo precisa me salvar de
estar à deriva
em meu próprio labirinto.
Me preveni espalhando palavras
pelas esquinas
para que quando eu envelheça
esqueça de nomes e datas
mas que eu não morra enquanto
estiver viva.
Fiz um estoque de estrofes,
melodia engarrafada,
suprimento
para a grande guerra fria
que inverna
em minha alma.
Líricos vestígios
que me recordem
por onde eu passe:
se tudo mais falhar,
o poema é um abrigo.
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