Como escrever com tudo isso e não vomitar logo em seguida? Vamos começar assassinando Papai Noel. Morreu com um tiro na cabeça e dois no peito. Agora peça desculpa a John e abaixe o volume do som, não agüento mais essa canção.
Talvez, então, eu possa prosseguir com um pouco de espontaneidade. Só um pouco, porque a verdade é que não tenho como fugir do clichê. Sou o lugar-comum não tão comum... Mas comum do mesmo jeito.
Dito isso, revelo o já esperado: não sei como lhe fazer feliz. Não tenho a solução que procurava.
Olhe pra mim, se Papai Noel estivesse vivo morria agorinha de enfarto! Briguei com meus irmãos, tirei notas baixas, larguei o esporte, engordei, desejei matar minha amiga, roubei um chocolate no G Barbosa. Sequer aprendi a amar.
E eu tinha me prometido: esse ano vou aprender a amar. Não sei receber uma flor sem desenhar corações. Não sei rejeitar uma flor sem estourar balões. Não sei nem fugir da rima.
(...)
Estou tão cansada. Estou parada neste final há horas, pensei que os minutos me trariam a solução. Trouxeram-me o sol. Novamente o sol, novamente o dia, novamente textos, novamente a noite.
Talvez seja isso: viver. Tentar descobrir uma forma de ser feliz. Não descobrir. E ainda assim, ser feliz.
Não adianta nada ouvir isso, não é? E mesmo sem as luzes coloridas do natal você tem vontade de vomitar?
É. Eu sou um fracasso. Ainda bem que Papai Noel está morto.
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*Para você.