domingo, 3 de junho de 2012


Há um leitor em cada
esquina
À espreita.

É preciso estar atento.

Rapidamente
escondo o poema
dentro da bolsa
e aperto-a contra o corpo.
Observo.

É preciso ter cuidado.

Há um leitor em cada
esquina
À espera.

Sorrateiramente
confiro o poema.
(Ele ainda está
na bolsa)
Alívio.

É preciso não fazer barulho.

Há um leitor em cada
esquina
- e se eu caio em desleixo -
o poema é roubado
e revelado:

versos
que não passam de alguns
rabiscos de criança.